Negócios
“Empreender na Era da Inteligência Artificial: O Ser Humano Ainda é o Diferencial?”
Com a popularização das ferramentas de Inteligência Artificial no ambiente de negócios, surge um novo perfil de empreendedor: altamente tecnológico, mas também pressionado a desenvolver competências emocionais e criativas que as máquinas ainda não reproduzem. A reportagem irá investigar se, em 2025, empreender se tornou mais fácil, mais arriscado ou simplesmente diferente — e quais são as habilidades que realmente fazem a diferença neste novo cenário.
- A IA se tornou parte central do ecossistema de negócios global, mas ainda existem lacunas humanas insubstituíveis.
- Startups, pequenas empresas e freelancers estão usando IA de forma intensiva, mas precisam também de visão estratégica, gestão emocional e criatividade.
- Tema quente que interessa tanto a empresários quanto a jovens profissionais e estudantes.
Há alguns anos, abrir um negócio exigia longas horas de planejamento, investimentos pesados em estrutura e uma boa dose de coragem para enfrentar a concorrência. Em 2025, a realidade é outra. Com a ajuda de ferramentas de Inteligência Artificial, como assistentes virtuais, geradores de conteúdo e sistemas de automação, empreender parece — à primeira vista — muito mais fácil. Mas, na prática, será que a tecnologia substituiu o papel humano no sucesso de um negócio?
A resposta, segundo especialistas, é: não. A Inteligência Artificial abriu portas, sim. Hoje, é possível criar um plano de negócios, desenvolver um site e lançar uma campanha de marketing em poucos dias, com baixo custo. De acordo com o relatório Global AI in Business (2025), 67% das novas startups usam IA em pelo menos uma fase crítica do seu processo de criação. No entanto, conforme o mercado se torna mais saturado de soluções tecnológicas, aquilo que diferencia uma marca, um serviço ou uma ideia continua sendo profundamente humano.
“A Inteligência Artificial é uma ferramenta poderosa, mas não é estratégica por si só”, explica Mariana Seixas, consultora de inovação. “O que dá sentido ao uso da tecnologia é a visão, a empatia e a criatividade do empreendedor. Sem isso, a IA apenas gera mais do mesmo.”
É justamente essa combinação entre tecnologia e habilidades emocionais que está moldando o novo perfil do empreendedor moderno. Criatividade, adaptabilidade, liderança empática e visão estratégica são apontadas como competências-chave para quem quer não apenas entrar no mercado, mas também sobreviver a ele.
Um exemplo é o caso de Fernanda Braga, 32 anos, que fundou uma loja virtual de artigos sustentáveis em São Paulo. Utilizando ferramentas de IA para criar descrições de produtos, fazer gestão de estoque e prever tendências de consumo, Fernanda conseguiu reduzir custos operacionais em quase 40%. No entanto, ela acredita que o sucesso do negócio veio de outro fator: “O que conecta meus clientes não é só a rapidez do atendimento, mas os valores da marca e o cuidado que temos em cada detalhe. Isso nenhuma IA consegue replicar”, afirma.
Por outro lado, especialistas alertam para o risco da dependência exagerada da tecnologia. Empreendedores que terceirizam toda sua estratégia a algoritmos podem se tornar reféns de padrões prontos e perder a capacidade crítica — justamente aquilo que diferencia negócios inovadores dos comuns.
“Empreender é um ato de invenção contínua”, ressalta o economista e futurista Rodrigo Bastos. “A Inteligência Artificial deve ser usada como alavanca, não como piloto automático. Quem esquecer disso corre o risco de ser substituído não por outra pessoa, mas por outro sistema.”
Para quem está começando, a lição é clara: dominar as novas ferramentas é obrigatório, mas desenvolver habilidades que a tecnologia ainda não alcança — como a empatia, a intuição e a ética — pode ser o verdadeiro trunfo no mercado competitivo atual.
No fim das contas, a nova era dos negócios não é sobre máquinas contra seres humanos. É sobre quem sabe usar a tecnologia para potencializar o que há de mais único em nós.