Economia
Inflação dá trégua, mas juros seguem altos e travam retomada econômica no Brasil

Por Rennan Rocha
Apesar da recente desaceleração da inflação, o Brasil segue com juros altos, dificultando o acesso ao crédito, inibindo o consumo e travando investimentos. A combinação de um IPCA mais brando com uma taxa Selic elevada mantém um cenário de estagnação para empresas e famílias brasileiras, especialmente as mais endividadas.
IPCA abaixo do esperado reacende esperança
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% em maio de 2025, bem abaixo dos 0,38% registrados em abril e abaixo das projeções do mercado. No acumulado de 12 meses, a inflação está em 5,32%, recuando pelo segundo mês consecutivo.
Os principais fatores para essa trégua inflacionária foram:
- Queda nos preços dos alimentos in natura, com destaque para frutas e hortaliças.
- Recuo nos combustíveis, com a Petrobras mantendo a política de preços estáveis.
- Inflação controlada nos serviços, apesar da alta na educação e nos aluguéis.
“Ainda não é hora de comemorar, mas há um alívio importante nos preços ao consumidor”, afirma Isabela Duarte, economista da Tendências Consultoria.
Selic segue em dois dígitos: 10,25%
Mesmo com a inflação arrefecendo, o Banco Central manteve a Selic em 10,25% ao ano, após a última reunião do Copom. A decisão foi criticada por setores da indústria, do varejo e por economistas que esperavam um corte de ao menos 0,25 ponto percentual.
Segundo o Comitê de Política Monetária, o cenário internacional ainda impõe riscos — como o aumento dos juros nos EUA e tensões geopolíticas —, além da preocupação com o núcleo da inflação, que ainda permanece elevado.
“Não podemos errar no momento final do combate à inflação”, disse Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
Impacto direto na economia real
Com os juros altos, o custo do crédito para empresas e consumidores permanece elevado. Financiamentos, empréstimos pessoais e capital de giro seguem caros, o que afeta diretamente a produção e o consumo.
Empresários do setor de construção civil, varejo e automotivo relatam dificuldades em fechar negócios com o consumidor final.
“A gente sente no caixa. O cliente desiste do financiamento, e o volume de vendas trava. Estamos estagnados”, relata Luciana Matos, gerente de uma concessionária em São Paulo.
O que esperar até o fim de 2025?
Os analistas projetam uma queda moderada da Selic até dezembro, com uma taxa próxima de 9,5% ao final do ano, caso a inflação continue sob controle. No entanto, a postura conservadora do Banco Central e o cenário político ainda geram incertezas.
O mercado financeiro agora volta os olhos para dois fatores:
- Reforma Tributária e responsabilidade fiscal, cujos desdobramentos no Congresso podem mexer com as expectativas.
- Cenário externo, incluindo os juros americanos, a cotação do dólar e os preços internacionais do petróleo.
Para o bolso do brasileiro
Enquanto a Selic não cede, o consumidor deve continuar:
- Refazendo contas antes de assumir dívidas;
- Investindo mais em renda fixa (como CDBs, Tesouro Direto e LCI/LCA);
- E evitando o rotativo do cartão, com juros ainda acima de 400% ao ano.
A trégua na inflação é uma boa notícia para o brasileiro comum, mas os juros ainda altos continuam sendo um freio na retomada do crescimento. O desafio agora está em equilibrar estabilidade de preços com estímulo à economia sem colocar em risco a credibilidade da política monetária.
Economia
Brasil sobe no ranking e tem a 2ª maior taxa de juros do mundo!

Com Selic em 10,50%, país só fica atrás da Argentina. Alta taxa preocupa setores produtivos.
O Brasil alcançou nesta semana a segunda posição no ranking mundial de maiores juros reais, ficando atrás apenas da Argentina. A mudança acontece após a Geórgia reduzir sua taxa básica, abrindo espaço para o Brasil subir uma posição. A taxa Selic segue em 10,50% ao ano, considerada uma das mais elevadas do planeta, mesmo com a inflação sob controle.
De acordo com economistas, a taxa de juros real brasileira — ou seja, a diferença entre a Selic e a inflação projetada — gira em torno de 5% ao ano, número considerado alto em comparação com outros países emergentes.
Impactos na economia e no dia a dia
A manutenção dos juros em níveis elevados afeta diretamente o bolso do brasileiro e a economia como um todo:
- Crédito mais caro: Financiamentos, cartões e empréstimos continuam pesando no orçamento das famílias.
- Desaceleração do consumo: Com menos acesso ao crédito, o consumo interno tende a enfraquecer.
- Freio nos investimentos: Empresários e empreendedores evitam tomar risco com custos tão altos.
- Atratividade para investidores estrangeiros: O Brasil continua atraente para quem busca rentabilidade em renda fixa.
Ranking atual dos países com maiores juros reai
Posição | País | Juros reais (%) |
---|---|---|
1º | Argentina | Acima de 20% |
2º | Brasil | ~5,0% |
3º | Geórgia | 4,8% |
4º | México | 4,5% |
5º | Colômbia | 4,2% |
E agora?
O Banco Central sinaliza cautela em novos cortes de juros. Analistas esperam que os próximos movimentos dependam do controle da inflação, do comportamento do dólar e da confiança no cenário fiscal brasileiro.
Enquanto isso, consumidores e empresas seguem pressionados por um ambiente de crédito apertado, o que levanta a pergunta: até quando o Brasil vai sustentar juros tão altos?
Economia
5 coisas que você precisa saber antes da abertura do mercado de ações

Wall Street amanhece cautelosa nesta quarta-feira (18), com os futuros das bolsas norte-americanas praticamente estáveis, à espera do anúncio do Federal Reserve sobre a taxa básica de juros. A tendência de manutenção dos atuais níveis alimenta a prudência dos investidores, que também monitoram os desdobramentos da tensão entre Israel e Irã. A véspera do feriado federal de Juneteenth contribui para a liquidez reduzida.
O Nasdaq opera lateralizado após recuar 0,9% na terça-feira. Dow Jones e S&P 500 também seguem sem direção definida. No mercado de commodities, o petróleo sobe e gira em torno de US$ 75 o barril. Já o Bitcoin e o ouro apresentam leve retração, enquanto os títulos de 10 anos do Tesouro americano mantêm estabilidade nos rendimentos.
Federal Reserve deve manter taxa inalterada
O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) encerra nesta tarde sua reunião de política monetária. Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, a expectativa majoritária do mercado é que o juro básico seja mantido entre 4,25% e 4,5%, patamar vigente desde dezembro de 2023.
Caso o banco central opte por não realizar ajustes, é possível que críticas por parte do ex-presidente Donald Trump voltem à tona, acusando Jerome Powell de inércia diante de sinais de desaquecimento. Powell deve conceder coletiva de imprensa às 14h30 (horário de Brasília), logo após a divulgação da decisão.
Amazon sinaliza enxugamento de quadros com avanço da IA
O CEO da Amazon, Andy Jassy, comunicou à equipe, por meio de memorando, que a companhia prevê redução gradual de sua força de trabalho corporativa como reflexo direto dos avanços em inteligência artificial.
Segundo Jassy, a adoção de agentes de IA permitirá substituir tarefas operacionais repetitivas, liberando capital humano para áreas estratégicas. A varejista, que contava com cerca de 1,6 milhão de funcionários no final de março, pretende realocar recursos para inovação impulsionada por tecnologia. No pré-mercado, as ações da Amazon operam em leve alta.
Meta tenta atrair talentos da OpenAI com bônus milionários
Em entrevista ao podcast “Uncapped”, conduzido por seu irmão Jack Altman, o CEO da OpenAI, Sam Altman, revelou que a Meta Platforms ofereceu bônus de contratação de até US$ 100 milhões a profissionais-chave de sua equipe de IA.
Altman afirmou que, até o momento, “nenhum dos nossos melhores talentos aceitou a proposta feita por Mark Zuckerberg”. A estratégia agressiva de recrutamento, segundo ele, indica a frustração interna da Meta com o ritmo de desenvolvimento de seus próprios sistemas de IA.
Tesla suspenderá produção em Austin por uma semana
As ações da Tesla (TSLA) ganham tração no pré-mercado após a empresa confirmar, segundo o Business Insider, que irá suspender, por uma semana, a produção dos modelos Cybertruck e Model Y em sua planta em Austin, Texas, a partir de 30 de junho.
Essa será a terceira paralisação fabril em menos de um ano, e coincide com os preparativos para o aguardado anúncio do robotáxi, cuja estreia foi mencionada por Elon Musk como “provisoriamente agendada” para o dia 22 de junho.
Economia
Enquanto o Fed deve manter os juros, incerteza recai sobre o Banco Central: Selic pode chegar a 15% nesta Super Quarta

Na expectativa da Super Quarta, quando o Federal Reserve (Fed) e o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciam suas decisões sobre as taxas de juros, o cenário internacional parece mais previsível do que o doméstico.
Nos Estados Unidos, a projeção majoritária é de que o Fed manterá os juros inalterados, diante de sinais de estabilidade na inflação e do esfriamento gradual da economia. Já no Brasil, o mercado está dividido: há quem acredite que o ciclo de aperto monetário chegou ao fim — e quem projete mais uma elevação de 0,25 ponto percentual, levando a Selic para 15%.
Segundo analistas, o Banco Central brasileiro enfrenta um dilema: controlar a inflação persistente, especialmente nos serviços, ou evitar danos adicionais ao crescimento. Indicadores recentes reforçam o argumento de que o país pode já ter atingido o pico necessário, mas parte dos economistas sustenta que o BC pode optar por mais um ajuste técnico.
A decisão será observada de perto por investidores, empresas e consumidores, já que impacta diretamente o crédito, os investimentos e as projeções para o segundo semestre.
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